quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brasil aceita metas obrigatórias de corte de emissões












A ministra Izabella Teixeira afirmou hoje (8), em Durban, que aceita que o Brasil seja submetido a metas de redução das emissões de gases do efeito estufa. A ministra discursou na Conferência do Clima em Durban, na África do Sul. Izabella reiterou o interesse do Brasil em um segundo período do Protocolo de Kyoto.
“O Brasil trabalha com afinco para a adoção de um segundo período de compromisso para o Protocolo de KYoto e o fortalecimento da implementação da Convenção no curto, médio e longo prazo. Para isso se todos, repito, todos trabalharmos juntos poderemos negociar o cedo possível, um novo instrumento legalmente vinculante sobre a convenção, baseado nas recomendações da ciência que inclua todos os países para o período imediatamente pós 2020”, disse, Izabella em discurso na COP-17 .

Em seu discurso, publicado no site do Ministério do Meio Ambiente, Izabella Teixeira anunciou os avanços do país em relação ao combate das mudanças climáticas, como a redução do desmatamento na Amazônia e o plano nacional de combate as mudanças climáticas.

 O anúncio de possível adesão do Brasil à metas obrigatórias para o corte de emissão dos gases causadores do efeito estufa pode dar uma guinada nas negociações climáticas na Cúpula em Durban. Até agora apenas os países desenvolvido (com exceção dos Estados Unidos) foram submetidos a metas de redução obrigatórias ao assinar o protocolo de Kyoto em 1997. De acordo com Kyoto, países em desenvolvimento como China (o maior poluidor global) e Brasil não são obrigados a seguir metas. O protocolo expira agora em 2012 e até agora não foi implementada nenhuma alternativa para ele.

Izabella Teixeira destacou a urgência de se chegar a um novo acordo para o clima na Conferência de Durban, para que não se crie uma lacuna entre o Protocolo de Quioto e futuros compromissos, o que deixaria os países sem obrigações de redução de emissões no período.
“O Protocolo de Kyoto é nosso bem maior para assegurar um forte regime de mudança do clima. Durban é nossa última oportunidade de evitar essa lacuna. Devemos adotar o segundo período de cumprimento até o final desta semana”, alertou.
Além da continuidade de Kyoto, a ministra defendeu a implementação e o fortalecimento de outros instrumentos de gestão climática global, como fundos para financiar ações de mitigação e adaptação, além de parcerias para transferência de tecnologia. “A implementação dessas instituições fortalecerá o regime internacional sobre mudança do clima, permitindo ação imediata para tratamento do problema”, avaliou.
A ministra brasileira lembrou as metas voluntárias apresentadas pelo Brasil em 2009, na Conferência de Copenhague, de reduzir as emissões nacionais entre 36,1% e 38,9% até 2020 e disse as medidas vão fazer com o que o país deixe de emitir 1,2 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente no período.
No discurso, a ministra disse ainda que as ações brasileiras de redução de emissões estão “estreitamente integradas à política de inclusão social e erradicação da pobreza” e citou o uso de energia solar em casas do Programa Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Verde.

(Com informações da Agência Brasil)

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